O Coração de Jesus e de Maria ao Mundo

O Coração de Jesus e de Maria ao Mundo

terça-feira, 11 de março de 2014

PREFERIR MORRER A DEIXAR ENTRAR UM PENSAMENTO INÚTIL...

"... Esta manhã, eu estava só no laboratório, mas sentia-me unida ao Coração de  Jesus. Embora ansiasse por unir-me oficialmente a Ele (depois da permissão do diretor espiritual pelo voto de não perder um ato de amor, a natureza tentava resistir, pois temia que este ato de amor, a natureza tentava  resistir, pois temia que este  ato a crucificasse interiormente. Começo a compreender que o ato incessante de amor dá tudo a Deus porque lhe imola não só os pensamentos mas também as palavras e a fantasia, etc. É a morte da natureza!"
 
     Portanto, estamos diante não de um entusiasmo efémero, mas da consciência de um voto crucificante, o que lhe foi confirmado pelo próprio Jesus. No dia 13 de Junho, numa das referidas conferências, o seu espírito ficou impressionado com esta frase: "Sede valorosas como Maria Santíssima; aprendei a cantar especialmente quando fordes crucificados com Jesus."
Então, Jesus sussurrou-lhe ao coração: "Quero que sejas assim; por isso, na sexta-feira, quando o Amor te imolar totalmente, ligar-te-ás a mim pelo voto de nunca perder um ato de amor. Quero que sejas assim, sempre assim."

    Na noite de 18 de Junho, véspera da festa, ela fazia esse voto difícil.
    "... Esta noite, no Coro, Jesus estava exposto. Pensei que as prendas oferecem-se na véspera das festas. Amanhã é a sua festa, do seu Coração... A meditação falava de um Coração que amou muito os homens e dos quais só recebe ingratidões.  Confesso que a minha alma não estava pronta para emitir o voto de amor que me era pedido . Humilhei-me, confessei ao Coração Divino as culpas que não tinha podido depor aos pés do seu Ministro e senti dor por elas... A luta acabou numa paz profunda. Implorei a ajuda dos meus santos protetores e, depois, a Deus Trindade adorável, com a intercessão da minha Mãe Imaculada e de São José, emitiu o voto do ato incessante de amor, sem nenhuma suspensão nem à mesa nem no trabalho nem no recreio... A alegria intima e tranquila, a confiança de que me será concedida a graça de perseverar e muitos outros dons inundaram minha alma. Jesus, confio em ti!"
    Repara-se bem na extensão atribuída pela Irmã Consolata ao seu voto: o ato de amor deveria ser tão incessante que nunca permitisse a mínima suspensão, fosse a que hora fosse do dia. É evidente que para tal é precisa não só uma chamada especial de Deus - que é justamente a vocação de amor -, mas também uma graça igualmente especial. Aliás, o Senhor não a negava a esta alma por Ele escolhida para indicar ao mundo a doutrina e a pratica do ato incessante de amor.
   Isto não impede que o voto que ela emitiu tenha sido algo mais do que simplesmente levar a cruz: era permanecer na cruz para nela consumar o holocausto de amor. "Hoje - escreve no diário a 23 de Maio de 1936 -, senti continuamente a sede do sofrimento e à noite, quando me deitava, ouvi: "Se tu conhecesses o valor de um ato de amor!..."  E compreendi que será este contínuo ato de amor que consumirá, dando cumprimento a tudo."
   De fato, depois da emissão do voto, Jesus dir-lhe-á claramente (8 de Julho de 1936): "Agora, já não levarás a cruz porque já vives nela; deves perseverar na Cruz com o ato incessante de amor. Coragem, Consolata!"
   Foi esse o verdadeiro programa de vida espiritual da Irmã Consolata; programa que ela compendiava nestas palavras: "Amar-te verdadeiramente, ó Jesus, é preferir morrer a deixar entrar um pensamento inútil; é antes morrer que pronunciar uma frase não exigida ou estritamente necessária; é morrer a interromper o ato de amor."
   E era profundamente sincera no que dizia ou escrevia.

Retirado do livro: O Coração  de Jesus ao Mundo - Pe  Lorenzo Sales - pgs 141-143

Sem comentários:

Enviar um comentário