O Coração de Jesus e de Maria ao Mundo

O Coração de Jesus e de Maria ao Mundo

domingo, 28 de agosto de 2016

              
                  
A BELEZA ENCANTADORA E A INEFAVEL DOÇURA         
                       DA SABEDORIA ENCARNADA
                                               

                            
                                          III. A SABEDORIA É DOCE 
                                         NO PRÓPRIO NOME 

     Mas, que é que nos indica o nome de Jesus, que é o nome próprio da Sabedoria encarnada, senão uma caridade ardente, um amor infinito e uma docura encantadora?
    Jesus "Salvador", ou seja, "aquele que salva o homem"; aquele cuja carateristica específica é amar e salvar o homem:
                   "Nada se canta de mais suave,
                    nada se ouve com mais encanto,
                    nada se pensa de mais doce,
                    do que Jesus, o Filho de Deus!" (159)

                    oh!... quão doce é ao ouvido e ao coração

                    dum predestinado o nome de Jesus!

                    "É mel na boca, é melodia nos ouvidos,

                     é júbilo no coraçao!" (160)


                                             IV. A SABEDORIA É DOCE 
                                                 NO SEU ROSTO 

                             "Jesus é doce no seu rosto,
                   doce nas palavras,Nada se canta de mais suave,
                                   doce nas ações!"  (161)

       O amabilíssimo Salvador tinha umrosto tão doce e tão bondoso, que cativava de imediato os corações e os olhos de quantos nele pousavam. Os pastores qu<e foram visitá-lo no presépio ficaram de tal maneira encantados com a doçura e suavidade do seu rosto, que permaneciam ali dias inteiros, autenticamente extasiados, na sua contemplação.

     Os reis. até mesmo os mais altivos, mal se aperceberam dos traços amorosos daquela criança, depressa depuseram a sua altivez, indo ajoelhar, sem dificuldade, aos pés do seu berço. E quantas vezes terão dito uns para com os outros: "Amigos, como é agradável estar aqui! Não temos experiência nos nossos palácios dum prazer  como este, que se sente neste estábulo, a contemplar o Menino-Deus".
    Quando Jesus era ainda muito jovem, as pessoas com problemas e as crianças iam de todos lados para O verem, para rejubilarem com Ele, dizendo-se uns aos outros: "vamos ver o pequeno Jesus, o lindo filho de Maria". A beleza e majestade do seu rosto - já dizia S. João Crisóstomo - (162), era de tal maneira doce e imponente que, todos quantos o viam, não podiam senão senão amá-lo.
     Houve reis que, vivendo muito longe e setando informados da sua beleza, fizeram questão de ter a sua imagem. Até se diz que Nosso Senhor mesmo tê-la-à enviado, por especial favor, ao rei Abgar.
     Alguns autores atestam que, se os soldados romanos e os judeus lhe taparam o rosto, pois não terá sido senão para mais ousadamente o esbofetearem, já que dos seus olhos e do seu rosto saía um esplandor de beleza de tal maneira doce e encantador capaz de desarmar os mais cruéis.

                                  V. A SABEDORIA É DOCE 
                                                 NAS PALAVRAS

    Jesus é doce nas palavras. Enquanto vivia na terra, a todos conquistava com a doçura das suas palavras, e nunca se lhe ouvia levantar a voz, ou discutir com animosidade; enfim, tal como fora predito pelos profetas: "Ele não clamará, não levantará a voz, não fará ouvir a sua voz nas ruas" (163)
     Quem o escutava desapaixonadamente sentia-se tocado pelas palavras de vida que saíam da sua boca, tanto que exclamavam: "Nunca homem algum falou assim como este homem! (164) , e quem, porventura, o odiava, vendo-se surpreendido pela sua eloquência e sabedoria, interrogava-se: "Donde lhe vem essa sabedoria?" (165) 
     Milhares e milhares de pessoas humildes abandonaram as suas casas e famílias para irem ouvi-lo, até no interior do deserto, ficando diversos dias sem comer nem beber, saciando-se apenas da doçura de palavras, que atuavam como um íman, que Jesus cativou os Apóstolos a segui-lo, sarou os doentes mais incuráveis, e consolou os mais aflitos.
     Bastou-lhe dizer a Maria Madalena: "Maria!", para que esta ficasse repleta de alegria e de doçura.

(159)  "Nil canitur suavius - Nil iucundius - Nil cogitatur dulcius - Quam Jesus dei Filius!"; trata-se de um hino atribuido indevidamente a S. bernardo: cfr. PL 184, 1307.
(160)  S. Bernardo, PL 183,847: "Mel in ore, in aure melos, in corde jubilus".
(161)  S. Agostinho, Enarratio in Ps 44,3: "Jesus dulcis in facie, dulcis in ore, ducis in opere".
(162)  Em Homilia 27 in Matthaeum, nº 2, PG 57,346.
(163)  Is 42,2.
(164)  Jo 7,46.
(165)  Mt 13,54.

retirado do livro: O Amor da Sabedoria Eterna - Capítulo X - de Sao Luis de Monfort.
Edições Monfortinas - Centro Mariano Monfortino - Casal de Pedro, 534 - 4480 Junqueira 
                                                      Vila de Conde - Portugal


     
                                    

sexta-feira, 26 de agosto de 2016




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    A BELEZA ENCANTADORA E A INEFAVEL DOÇURA 
                             DA SABEDORIA ENCARNADA
                                               -   JESUS  -  

     A Sabedoria  fez-se homem com a finalidade única de atrair os corações dos homens à sua amizade e à sua imitação. Por isso, teve
o cuidado de rodear-se de todas as amabilidades e doçuras humanas mais atraentes e encantadoras, sem qualquer defeito ou fealdade.

I. A SABEDORIA É DOCE 
NAS SUAS ORIGENS

     Se a considerarmos nas suas origens, a Sabedoria não é senão bondade e doçura. É um dom do amor do Pai e fruto do amor do espírito Santo. É-nos dado pelo amor e é formado pelo amor: "Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu seu Filho único" Jo 3, 16.
     Ela é, pois, toda amor ou, melhor ainda, ela é o próprio amor do Pai e do espírito Santo.
     Nasceu da mais doce, da mais afetuosa e da mais bela de todas as mães, da divina Maria.
     Pretendes conhecer a doçura de Jesus? Procura conhecer primeiro a doçura de Maria, sua Mãe, a quem ela se assemelha pela suavidade de temperamento. Jesus é o filho de Maria, por isso, não pode haver nele nem altivez, nem arrogância, nem fealdade; infinitamente menos ainda do que em sua Mãe, já que Ele é a sua sabedoria eterna, a própria doçura e beleza.

II. A SABEDORIA É DOCE,
SEGUNDO OS PROFETAS

     Os profetas, aos quais foi revelada com antecedência a sabedoria encarnada, apelidam-na de "ovelha" e de "manso cordeiro" Jer 11,19..
         Predizem que, devido à sua doçura, não quebrará a cana rachada e não  apagará a mecha que ainda fumega Is 42, 3 , ou seja, que até quando um pobre pecador venha a encontrar-se meio aniquilado, cego e desorientado devido aos seus pecados, e como já com um pé no inferno, ela não deixará consumar a sua perdição, a não  ser que o próprio a isso a obrigue.
     S. João Baptista, que viveu no deserto por um periodo de quase trinta anos para merecer, com a sua penitência austera, o conhecimento e o amor da Sabedoria encarnada, quando a enxargou, exclamou de imediato, apontando-a, de dedo erguido, aos discípulos: "Eis o cordeiro de Deus, eis aquele que tira os pecados do mundo!" Jo 1, 29
        Na verdade, não disse como parece que deveria ter dito: "Eis o Altíssimo, eis o rei da glória, eis o Omnipotente..." mas, porque melhor do que ninguém, no presente e no passado, conhecia ele a Sabedoria, por isso disse: "Eis o cordeiro de Deus, eis a Sabedoria eterna que, para inebriar os corações e apagar os nossos pecados, uniu a Si todas as doçuras divinas, humanas, celestiais e terrenas!".
 Retirado do livro "O Amor da sabedoria Eterna" de São Luis maria de Monfort . capitulo X

domingo, 21 de agosto de 2016

                                                

                                   1 . O AMOR E A SANTIDADE                                                                          (PRIMEIRA PARTE)

          Só Deus sabe quantas são as almas santas no tempo da história presente. No entanto, pode-se afirmar que não são poucos os cristãos que consideram a santidade - se não uma exatamente exclusidade dos claustros - pelo menos uma "questão" reservada a poucas almas privilegiadas, para quem, aliás, a santidade seria um dom caído do céu, sem nenhum trabalho seu. Esse modo de pensar, além de errado, é prejudicial porque mantém as almas numa inércia espiritual e prepara-as para a mediocridade que não se coaduna com quem se afirma cristão.
      A vocação à santidade é de todos os batizados indistintamente, enquanto membros de um mesmo Corpo Místico: se a Cabeça é Santa, também o são os membros (1) Quando Jesus diz no evangelho: "Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste" (Mt 5, 48), dirige-se a todos os seus discípulos. quando São Paulo escreve: "Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação" (1 Ts 4,3) também é para todos os cristãos.
      Se Deus nos quer santos, não há duvida de que Ele também nos concede as graças necessarias para conseguir a santidade: tudo  o que Jesus fez por nós ou nos deu e deixou, tudo em ordem, nao só à nossa fraqueza, mas também á nossa santificação. O desejo e a alegria - queremos dizer - a ambição de Jesus é precisamente a de nos ver santos. Ele confirmava isto á Irmá Consolata, dizendo-lhe:
     "Se soubesses quanto me apraz fazer uma alma santa! Todos deveriam fazer-se santos para me dar este prazer.
     Conseguirás fazer uma pálida ideia? Pensa na alegria de uma mãe quando vê o seu filho voltar radiante com a licenciatura debaixo do braço: a felicidade desta mãe é indescritível!
     Pois bem, a minha felicidade ao ver uma alma chegar á santidade supera imensamente esta débil imagem."
     Jesus também fala para todos as almas.
     Portanto, é muitíssimo importante que os fieis sejam bem esclarecidos sobre este ponto. Porque se haverá de temer falar da sua santidade ou porque se há-de-afastá-los da santidade, se ela é precisamente o dever de cada cristão? Precisamos de ter um conceito exato do que é a santidade, não só para não errarmos na prática e pouco ou nada concluir, julgando que fazemos muito, mas também para não nos deixarmos afastar de tão nobre empenhamento, por causa da nossa mesquinhez ou fraqueza.

 Fim da primeira parte do Amar e a Santidade - do Pe Lorenzo sales - O Coraçao de Jesus ao Mundo

                                                

                                                    AMAR O AMOR

                                            (segunda parte)

     ...  Pede-o a estas almas para que, através delas, alastre por todo o mundo (13 de Outubro de 1935): "Consolata, ama-me por todas e cada uma das minhas criaturas, por todas e cada coração que existe. Tenho tanta sede de amor!"
          Exatamente aquela sede de amor que cada coração humano deveria ter ao Criador sente-a pelo amor à criatura (9 de Novembro de 1935): "Ama-me Consolata! Tenho sede do teu amor, como quem morre sequioso tem sede e deseja uma fonte de água fresca."
         E esta sede de amor é tal e tanta que Ela chega a dizer à Irmã Consolata (3 de Novembro de 1935): "Consolata, escreve - porque to imponho por obediência - que, por um ato de amor, Eu criaria o Paraíso!"
         Segundo o que a Escritura, os Padres e a Teologia ensinam, cada alma em estado de graça é um templo, o trono e o céu de Deus. Então que dizer da alma que não só vive no amor, mas também vive de amor? Jesus dizia a Santa Margarida Alacoque: "Minha filha, gosto tanto dos desejos do teu coração que, se Eu não tivesse instituído o meu divino Sacramento de amor, instituí-lo-ia por teu amor, para ter o prazer de estar na tua alma e poder repousar de amor no teu coração". Eis o que Ele diz à Irmã Consolata (29 de Outubro de 1935): "És o meu pequeno paraíso; uma comunhão tua recompensa-me de tudo o que sofri para te procurar, para ter-te e para te possuir. Mas, Jesus, eu não sei dizer-te nada! - Não importa; mas o teu amor é meu, exclusivamente meu; e o que quero Eu das minhas pobres criaturas senão o seu Coração? Do resto, nada me interessa, pois quando um coração é meu, exclusivamente meu, então este coração torna-se para mim um Paraíso! E o teu coração é meu, é já eternamente meu!"
        Agora compreendem-se bem as insistências divinas, para que a Irmã Consolata se unisse ao amor incessante, à oração incessante pela chegada do reino de amor no mundo. Assim, a 16 de Dezembro de 1935:
       "Consolata, pede perdão para a pobre humanidade culpada; pede que sobre ela triunfe a minha Misericórdia; mas, sobretudo, pede, oh!, pede que seja incendiada pelo amor divino que, como novo Pentecostes, redima a humanidade de tanta sujidade.
       Oh! Só o maor divino pode fazer que apóstatas se tornem apóstolos; lírios enlameados,lírios imaculados; pecadores repetentes e cheios de vícios, trofeus de misericórdia!
       Pede-me o amor, o triunfo do meu amor para ti e para cada alma na terra que agora existe e que existirá até ao fim dos séculos.
      Com a oração incessante, prepara o triunfo do meu coração, do meu amor sobre toda a terra!" 
      Noutra ocasião, insistindo no mesmo conceito, Jesus usava as palavras de Santa Teresinha: "O Jesus, porque não consigo dizer a todas as almas pequeninas como a tua condescendência é inefável?" e acrescentava (27 de Novembro de 1935): "Consolata, conta ás almas pequeninas, a todos, a minha condescendência inefável; diz ao mundo quanto Eu sou bom e materno e que em troca só peço amor. Podes contar isso, Consolata, fala da minha extrema misericórdia e extrema condescendência materna."
      O amor: eis o fogo que Jesus veio trazer à terra e quer que arda em cada coração (15 de Dezembro de 1935): "Oh! Se Eu pudesse descer a cada coração e derramar em vós em torrentes as ternuras do meu coração!... Consolata, ama-me por todos e, com a oração e a tua imolação, prepara no mundo o advento do meu amor!"
     Jesus quer salvar o mundo, mas o mundo também deve voltar para Jesus. Com Ele a paz na tranquilidade da ordem, sem Ele a anarquia e a ruina.
     E para voltar a Jesus? Um único caminho, tanto para as almas como para as nações: "Diliges!" O amor. É toda a lei, todo o Cristianismo. No cumprimento deste único preceito, que abrange Deus e o próximo, está a salvação: "Faz isso e viveras" (Lc 10, 28). Nestes últimos séculos, por um lado, o protestantismo e, por outro, o jansenismo, foram extinguindo pouco a pouco este fogo no coração do Cristianismo, e mataram-no, pelo menos em muitas almas. A máscara de um Cristianismo reduzido unicamente á fé e ao temor, gelaram os corações, afastou-os de Deus, conduzindo-os progressivamente ao indiferentismo, ao ceptismo, ao ateísmo e ao paganismo.
      Portanto, para voltar a Jesus é necessário voltar ao Evangelho, àquele que Jesus depositou no seio da Igreja catolica e que ela tem constantemente defendido e ensinado: o Evangelho do amor e da caridade.
     Crer no Evangelho é crer no Amor; particar o Evangelho é amar.
 Amar o Amor - do Pe Lorenzo sales - O Coraçao de Jesus ao Mundo


sábado, 20 de agosto de 2016

                                                

                                               
                                                   AMAR O AMOR


A outra verdade, de que a alma desejosa de progredir na vida de amor deve estar intimamente convencida é que Jesus só nos pede - a nós, pobres criaturas - que amemos.
Do mesmo modo que todas as relações entre o Criador e a criatura se compendiam na palavra de São Paulo: "Vivo na fé do Filho de Deus que me amou" (Gl 2,20), assim também todas as relações entre a criatura e o Criador se resumem naqueloutra palavra do Evangelho: "Amarás o Senhor teu Deus" (Mt 22,37).
Amor por amor. O máximo que a criatura lhe pode dar já é seu e Ele pode retomá-lo à sua vontade, até mesmo a vida. Mas o amor, não; na terra, o amor é livre e a criatura pode recusá-lo. Mas Deus quer esse amor e exige-o; até dele fez o objectivo da criação do homem; proclamou-o como primeiro mandamento, de cuja observância depende a obtenção da vida eterna (cf. Mt 12). E quer esse amor inteiro, íntegro: quer ser amado com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com toda a força. E para ter o nosso amor desceu do céu, fazendo-se homem. Mas não lhe bastou; fez-se mendigo aos pés da criatura: "Dá-me de beber!" (Jo 19, 28).
O pedido divino, sempre vivo ao longo de vinte séculos na voz do Evangelho, tornou-se depois mais premente com a revelação a santa Margarida Maria Alacoque, intensificou-se ainda mais no século XX, através de não poucas manifestações misericordiosas (22). E, no entanto, quantas almas sinceramente desejosas de chegar até Deus, se perdem inquietas e afadigadas por caminhos difíceis, enquanto a vida direita, fácil e segura está diante delas: o amor! Quantas outras, desejosas de se consagrar a Deus, são arrastadas pelo medo de austeridades ignoradas, como se o Esposo Divino tivesse mais sede do nosso sangue do que do nosso amor!
Mas não é assim! Jesus só pede amor à Irmã Consolata, apesar de ela pertencer a uma das mais severas Ordens claustrais; portanto, só amor poderia fazer o resto. As expressões: "Ama-me apenas... ama-me sempre... ama-me muito... nada mais te peço que amor...", etc., que surgem na páginas do seu diário relativamente às lições divinas, são repetidas centenas de vezes. É um convite contínuo, insistente e também comovente do Criador, sedento do amor da sua criatura. Como não o encontra na maior parte dos homens e não o recebendo na sua integridade mesmo de muitas das almas que lhe estão consagradas, Ele vai mendigá-lo às almas pequeninas que compreendem melhor o anseio do Coração Divino e sabem corresponder-lhe. De fato, Jesus dizia à Irmã Consolata (15 de Outubro de 1935): "Tenho sede de ser amado por corações inocentes, corações de crianças, corações que me amem totalmente."
 

- fim da primeira parte do Amar o Amor - do Pe Lorenzo sales - O Coraçao de Jesus ao Mundo