" Ali passaria dias e noites inteiras sem comer nem beber, e sem saber o que fazia, consumindo-me em sua presença como tocha acesa, para lhe pagar amor com amor. Nem podia ficar ao fundo da igreja; e por mais confusão que em mim sentisse, não deixava de me aproximar o mais possível do Santíssimo Sacramento. Só julgava felizes e só invejava as pessoas que podiam comungar muitas vezes, e que tinham liberdade para ficar diante do Santíssimo; ainda que é verdade que ali eu empregava muito mal o meu tempo, e creio que não fazia senão faltar-lhe com as honras devidas.
Procurava ganhar amizade das pessoas de que acima falei, para alcançar alguns momentos para o Santíssimo Sacramento. acontecia que, em castigo dos meus pecados, não podia dormir nada na véspera do Natal; e o pároco, na homilia, a clamar a grandes vozes que aqueles que não tivessem dormido, não podiam comungar, e que era preciso ter dormido antes. Por isso eu , que não podia dormir, não me atrevia a comungar (1). Assim, este dia de regozigo era para mim de lágrimas, e estas eram todo o meu alimento e todo o meu prazer".
(1) Nesta época, não era rara a estranha opinião popular de que era preciso dormir, antes de comungar, na noite de Natal. E não há dúvidas que assim opinava também o Pe. António Alacoque, pároco de Verosvres.
Santa Margarida-Maria Alacoque - Autobiografia -Editorial Apostolado Oração - Braga, pgs.21,22
Santa Margarida-Maria Alacoque - Autobiografia -Editorial Apostolado Oração - Braga, pgs.21,22
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